sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A crase poética de dar à luz

Hoje escrevi uma matéria sobre o raro nascimento de um peixe-boi em cativeiro e quis usar a expressão “dar à luz”. Fiquei em dúvida se a crase era necessária, e percebi que a expressão tinha significado com ou sem acento grave.

Se a mulher dá a luz a um bebê, sem crase, ela ilumina o rebento. Tira a criança do escuro de seu útero e lhe mostra a claridade do mundo.

Se a mulher dá à luz um bebê (esta, a expressão correta), quem recebe a criança é a luz. É como se o universo – o mundo, o sol, as estrelas – ganhasse um novo membro.

Muito mais poética a segunda opção, não? E para quem acha que isso não faz o menor sentido, saiba que os gênios da Disney usaram a força dessa ideia em uma das cenas mais inesquecíveis de suas animações: o nascimento do pequeno Simba, o Rei Leão.

3 comentários:

Lilian disse...

Sensacional!!! Adorei

Zé disse...

poética e triste: vc mal ganha um filho e já precisa dá-lo à luz! hehe

Camila disse...

Que bonito de novo! rs... Estou gostando de visitar seu blog... Há tanto tempo não passo por aqui..