Na frente da prateleira de chocolates, surgiu do nada a menina com uma caixinha vermelha nas mãos. "Tio, você compra essa caixa de lápis de cor pra mim?" Automaticamente, a cara de tristeza e a quase mentira de sempre: "não tenho..."
Magrinha, chinelo nos dedos e uma cara de ter lá pelos seus sete ou oito anos. Roupas simples, desbotadas e limpas. Não se parecia com as crianças que o costumavam parar para pedir esmola.
Paralisou-se quando se deu conta da burrada. Não comprava bala no farol, não dava dinheiro, e até comida já pediram e ele negou. Mas o quê de mais nobre haveria uma criança de pedir que não fosse uma caixa de lápis de cor?
Sentiu-se pesado, gordo, asqueroso dentro de seu tênis de marca e seu cartão de crédito no bolso. Saiu desesperado em busca da menina, e a encontrou já na fila do caixa. Estava ao lado de um senhor de calças sujas, camiseta amarrotada e voz serena: "Tudo bem, vai. Eu compro pra você".
A menina, timidamente, acrescentou ao presente um apontador e uma borracha. Ele, envergonhado, voltou à gôndola dos quitutes e levou mais duas barras pesadas de chocolate, na esperança de acalmarem-lhe os nervos.
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2 comentários:
Isso sim é bom de se ler... tenho um puta problema de expressão, ótimo pra uma jornalista, mas fazer o q? Isso eu gosto de ler, por isso não me canso de entrar aqui, pq eu sinto verdade e não tem trique triques! hehe
Ah, põe meu blog nos seus favoritos q é mais fácil, né? Não vou copiar aqui de novo! bjão, que eu tenho uma matéria light pra fazer...
Oi, Iberem! Que saudades de vc. É a primeira vez que entro no seu blog e, de cara, sou presenteada com essa ótima história que vc escreveu. Quando leio coisas escritas por algumas pessoas "da sala" (se pa, todas), sinto uma mistura de frustração e felicidade. Frustração porque gostaria de escrever assim, mas não posso. Foi por isso que eu deixei o jornalismo. Felicidade, porque vejo que vcs estão no caminho certo, apesar da insatisfação com a faculdade e tudo mais. Mas principalmente porque são meus amigos essas pessoas talentosas, sensatas, que, mesmo sem querer, me ensinaram tanto...
Beijao!
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